quinta-feira, 14 de abril de 2011

Aula 15-04-2011

Filosofia, necessária ou supérflua?
"Assim, esse fato, ao fim e ao cabo vital, que é filosofar, é necessário? Não é necessário? Se por necessário se entender “ser útil” para outra coisa, a filosofia não é pelo menos necessária. Mas a necessidade do útil é apenas relativa ao seu fim. A verdadeira necessidade é o que o ser sente de ser o que é - a ave de voar, o peixe de nadar e o intelecto de filosofar. Esta necessidade de exercitar a função ou o ato que somos é a mais elevada, a mais essencial. (...) A filosofia não surge por razão de utilidade, mas também não por um capricho sem razão. É constitutivamente necessária ao intelecto. (...) Mas porque não contentarmo-nos com o que sem filosofar achamos no mundo, com o que já é e está aí patente diante de nós? Por esta simples razão: tudo o que é e está aí, quanto nos é dado, presente, patente, é por sua essência mero trecho, fragmento, coto. E não podemos vê-lo sem prever e lamentar a porção que falta. Em todo o ser dado do mundo, encontramos a sua essencial linha de fratura, o seu carácter de parte e só de parte - vemos a ferida da sua mutilação ontológica, grita-nos a sua dor de amputado, a sua nostalgia do pedaço que lhe falta para ser completo. (...)
E, com efeito, sempre que vemos alguma coisa ela apresenta-se sobre um fundo latente, obscuro, enorme, de contornos indefinidos que é simplesmente - o mundo, o mundo de que faz parte, de que é apenas pedaço. O que em cada caso vemos é apenas o promontório visível que para nós anuncia o resto latente do mundo".
Ortega y Gasset.

Debata com os colegas de grupo os seguintes itens:
• Segundo o texto como se define o conceito de “verdadeira necessidade”?
• Explicar a analogia que é usada para clarificar o conceito de “verdadeira necessidade”.
• Qual é a tese principal deste texto?
• Identificar as razões que apóiam essa tese, segundo o autor.
Depois de chegada a uma conclusão, o grupo apresenta para o professor.

Exercício final
Depois de realizado o trabalho, tal como se explica acima, cada aluno redigirá uma análise sucinta do texto, recorrendo para isso aos conceitos e conclusões a que se chegou após a apresentação da reflexão de cada grupo.
JORGE BARBOSA Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida
Trabalho adaptado do trabalho apresentado pelo Professor Jorge Barbosa, em setembro de 2006.

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